Morreu-me um amigo
assim sem dizer mais nada.
Partiu e deixou a porta aberta,
os gatos sem comida e a horta por amanhar.
Foi-se na névoa dos frios do inverno
nas asas tristes da solidão,
nos desenhos que inventava
e nos poemas que ficaram por fazer.
Deixou um recado
aos que o abandonaram:
ouçam as águas da corga
o piar do mocho
e riam-se muito!
Deixou um recado escrito
a dizer
que nos amava
como quando tinha 18 anos!
Eu "morri-me" também!
MR, Oeiras 6 de Fev 2012